Como você lida com as emoções no ambiente de trabalho?

Tão importante quanto todo preparo técnico para uma liderança de alta performance, com verdadeiras mudanças de mindset, que proporcionem uma atuação disruptiva e inovadora, é a capacidade de gerenciar as próprias emoções.

Acolhendo nossas emoções, e sabendo reconhecer o que o outro está sentindo, nos tornamos mais centrados e empáticos, competências fundamentais para o trabalho em equipe e a tomada de decisões.

É possível desenvolver essa habilidade por meio do autoconhecimento, peça-chave que nos possibilita descobrir nossas qualidades e aptidões, assim como nossos pontos de atenção que precisam ser trabalhados e melhorados.

E como? Primeiramente, é preciso ter consciência de como os sentimentos podem afetar nossas vidas e desempenho nas rotinas pessoais e no trabalho.

Raiva, Ansiedade, Medo, Alegria, Tristeza ou Depressão não deixam de existir enquanto desenvolvemos nossas funções. É possível ter foco e concentração nas tarefas, mas é muito difícil e tampouco saudável “desligar” o botão do “sentir” durante muito tempo.

Antes de se culpar por ter sentimentos ruins ou inadequados no local de trabalho, saiba que não há emoções erradas. Uma falha grave é querer sufocá-las, o que pode levar a sofrimentos emocionais.

A Raiva, por exemplo, surge quando se perde o controle de uma situação. É uma “energia” que pode impulsionar o indivíduo a agir para superar dificuldades de forma construtiva.

A Tristeza geralmente é causada por um acontecimento ruim, uma fase difícil, uma experiência dolorosa. Mas é um sentimento que passa, e deixa reflexões importantes sobre prioridades e fraquezas, e principalmente sobre superação.

Já a Depressão é desencadeada por fatores psicossociais ou biológicos: deficiência na produção de algumas substâncias pelo cérebro, herança genética, características da personalidade do indivíduo. E ainda fatores que escapam ao controle, como exposição a violência ou vulnerabilidade social. É fundamental diferenciá-la da tristeza para buscar ajuda.

A vivência profissional traz medos diversos, como de falar em público, de mudar de cargo, de viajar de avião, etc. Diferente da Ansiedade, que é um sentimento de apreensão desagradável, vago, acompanhado de sensações físicas como um vazio ou um frio no estômago, opressão no peito, palpitações ou falta de ar.

A Ansiedade acompanha o Medo. Mas quando paralisa e se transforma em um problema maior do que o medo original, se torna um transtorno. A ansiedade patológica atrapalha, dificulta ou impossibilita a realização da tarefa que é temida.

São muitos os sentimentos a serem reconhecidos e compreendidos, em um exercício de autoconhecimento que deve ser profundo e constante. Com esse esforço é possível identificar seus pontos fortes e fracos em ambientes e situações diversas.

O autoconhecimento é um processo transformador. Quando nos conhecemos e passamos a gerenciar nossas emoções, deixamos de reagir impulsivamente a situações adversas, passamos a ter mais controle sobre nossas emoções e, consequentemente, mais segurança em nossas atitudes.

Quem tem essa consciência não deixa de ter raiva ou medo. Mas não permite que estes sentimentos determinem o comportamento, com atitudes que saiam do controle como impulsividade ou ofensas, que podem em poucos minutos prejudicar toda uma carreira.

Mas atenção: o objetivo não é de reprimir emoções, pelo contrário. O segredo do autoconhecimento está em se colocar em primeiro lugar, em priorizar seu próprio bem-estar emocional e, consequentemente, sua Saúde Mental. Muita gente passa a vida sem se permitir esse autocuidado.

Líderes e gestores que praticam o Autoconhecimento estão aptos a identificar as potencialidades individuais das pessoas do seu time e são capazes de entender que cada profissional reage e produz de forma e estilos diferentes. Consequentemente, isso gera um clima de proximidade e confiança mútua no ambiente de trabalho.

Elaboramos algumas dicas simples que podem ajudar lideranças e times a começaram a praticar o Autoconhecimento:

  • Mantenha-se informado sobre o tema. Procure bons livros e bons artigos para ler, assista TEDs, escute podcasts sobre autoconhecimento e gerenciamento de emoções.
  • Faça atividades físicas, essenciais para o equilíbrio da nossa saúde integral. Escolha a modalidade apropriada ao seu estilo e comece. A famosa citação “mente sã em corpo são” é universal e unanimidade.
  • Pratique meditação – essa prática auxilia no relaxamento e também a adquirir mais concentração e foco. Há vários apps e vídeos na internet ensinando práticas meditativas, de acordo com o perfil de cada pessoa.
  • Faça psicoterapia não por achar que tem um problema, mas para se conhecer melhor. O apoio profissional auxilia a adquirir mais autonomia e domínio sobre nossos sentimentos e ações.
  • Aceite os seus erros – tão importante quanto aceitar os erros é aprender com eles e perdoar-se, sem julgamentos.
  • Observe-se – comece a perceber o que te faz bem o que não é tão legal assim. Isso vale para o ambiente, as pessoas e atitudes. Desapegue do que te faz mal.
  • Tenha contato com a natureza, contemple, ouça os sons dos pássaros, das árvores, escute música relaxante. Faça o que ajuda a se conectar consigo mesmo.
  • Reserve alguns minutos do dia que sejam só seus para cuidar da sua saúde física e mental.
  • Cuide do seu sono: permita-se descansar profundamente, para um sono repousante, desligue-se de aparelhos eletrônicos duas horas antes de dormir.
  • Faça algo de que goste sempre que for possível. Pode ser cozinhar um prato diferente, caminhar ouvindo música, praticar um hobby, iniciar um curso que estava adiando há tempos.

Em um mundo competitivo e em constante transformação, lideranças e equipes que exercem o autocontrole emocional e alcançam o equilíbrio nas relações interpessoais colocam a empresa em posição de vanguarda em inovação, criatividade e cultura organizacional humanizada.