O corpo no limite

Para estar bem fisicamente, também é necessário cuidar da saúde emocional

Já na antiguidade se levava em conta os fatores psicológicos na sua relação com as doenças. Ao longo da história da humanidade os escritos de diversos pensadores e estudiosos, como Hipócrates e Platão estabeleceram uma ligação entre temperamento e doença e a importância de não empreender separadamente a cura do corpo e do espírito.

Maudsley, pioneiro da psiquiatria inglesa, na sua obra The physiology of mind (1876), escreveu: “Se a emoção não se libertar… fixar-se-á nos órgãos e perturbará o seu funcionamento. A tristeza que se pode exprimir através de gemidos e do choro será rapidamente esquecida, enquanto o desgosto mudo, que corrói sem cessar o coração, acabará por destroçá-lo.”

Você já ouviu falar em gastrite nervosa, labirintite e diabetes de fundo emocional, ou que alguém teve um problema no coração devido ao estresse? Hoje se sabe que isso acontece porque a tensão faz a atividade cerebral aumentar e eleva também os níveis de hormônios no sangue; muitos órgãos têm ligação direta com o cérebro e são os mais afetados por essas alterações.

Somos seres integrais e com isso nosso corpo manda sinais muito claros quando não estamos bem emocionalmente.

As doenças físicas provocadas pelo estado psicológico são chamadas de psicossomáticas e alguns dos sintomas mais comuns e que enchem os consultórios médicos na busca de respostas são:

– Batimentos cardíacos acelerados;

– Tremores;

– Respiração rápida;

– Suor frio ou excessivo;

– Dor no estômago;

– Sensação de nó e dor no peito;

– Dor nas costas e na cabeça;

– Manchas pela pele.

Tais sintomas podem se agravar, se a causa não for diagnosticada e tratada, levando a casos de infarto, AVC ou convulsões, por exemplo.

Um estudo publicado este ano pelo jornal científico Lancet, mostrou pela primeira vez como o hormônio do estresse age no organismo. De acordo com a publicação, as amígdalas cerebrais são estimuladas e influenciam o funcionamento da medula óssea, que, por sua vez, inicia um processo inflamatório e provoca o endurecimento das artérias, aumentando as chances de um derrame ou infarto.

Este cenário reforça ainda mais a importância de entender os seus limites e a necessidade de desacelerar e cuidar da saúde física e mental. Nesses casos a ajuda de um psicólogo é fundamental para o tratamento.