Prevenção: Um ponto-chave para a saúde no trabalho

Adotar atitudes preventivas, é fundamental para a redução de acidentes e afastamentos por doenças ocupacionais

No dia 28 de abril, foi celebrado o Dia Mundial em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho. A data foi criada por iniciativas de sindicatos canadenses, e tem como objetivo alertar para a necessidade de implantar medidas, que garantam a segurança e a saúde do trabalhador.

Em apoio à data, surgiu no Brasil a campanha “Abril Verde”, para conscientizar sobre a necessidade de adotar atitudes preventivas, a fim reduzir o número de acidentes e afastamentos por doenças ocupacionais. De acordo com o coordenador da campanha, José Almeida, “a ideia é criar uma cultura de prevenção, para proporcionar apoio ao empregador e ao funcionário”.

Segundo a Fundacentro – fundação ligada ao Ministério do Trabalho, todos os anos cerca de 700 mil pessoas sofrem acidentes de trabalho no Brasil. Nos últimos cinco anos, o país teve um gasto superior a R$ 27 bilhões, com o afastamento de trabalhadores por causa de acidentes de trabalho. A maior parte destas ocorrências está ligada ao descuido, falta de equipamentos de segurança e à exaustão.

Saúde mental como medida de segurança

O estado emocional do trabalhador também tem grande influência no desempenho profissional, interferindo na capacidade de concentração e raciocínio, podendo aumentar o risco de acidentes.

De acordo com a Previdência Social, os transtornos mentais são a terceira causa de incapacidade no trabalho e correspondem a 9% da concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez. Entre 2012 e 2016, as reações graves ao estresse, transtornos de adaptação, episódios depressivos e transtornos ansiosos foram responsáveis por 79% dos afastamentos.

A saúde emocional é um dos aspectos que influencia diretamente na qualidade de vida do funcionário, ela pode ser prejudicada por fatores como o excesso de carga de trabalho, tarefas que não correspondam às competências, ou políticas inadequadas de saúde e segurança.

Para a coordenadora de Saúde do Trabalho do Ministério da Saúde, Karla Baeta, os riscos à saúde mental devem ser identificados e geridos da mesma forma lógica e sistemática, que outros riscos de saúde e segurança no local de trabalho.

Ela explica que o reconhecimento da relação entre trabalho e adoecimento mental, é o primeiro passo para a prevenção dos agravos e promoção da saúde do trabalhador.

A importância de adotar medidas em prol da saúde mental dos colaboradores, tem sido defendida por entidades como a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Organização Mundial da Saúde (OMS).

No ano passado, o relatório global divulgado pela OMS indicou um aumento de 18% nos casos de Depressão no mundo. A doença já atinge 5,8% da população brasileira e os distúrbios relacionados à ansiedade chegam a 9,3%.

A Organização destaca a necessidade da implementação de iniciativas, que promovam a saúde mental e apoiem os empregados com transtornos mentais. Sendo que as intervenções precisam ser entregues como parte de uma estratégia integrada de saúde e bem-estar, que cubra prevenção, identificação precoce, apoio e reabilitação.