Setembro Amarelo – Falar sobre suicídio é um ato de amor
Você sabia que um quarto dos jovens entre 18 e 24 anos pensou em cometer suicídio nos últimos 30 dias?
Esta importante informação é do US Department of Health and Human Services Centers for Disease Control and Prevention, de agosto, de 2020, e é um dos motes da Campanha Oficial Setembro Amarelo, uma ação mundial de conscientização e prevenção ao suicídio.
No Brasil, a iniciativa é organizada nacionalmente pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM). A escolha do mês de setembro é alusiva à comemoração ao Dia Mundial da Prevenção ao Suicídio, que ocorre em 10 de setembro.
Segundo relatório de 2019, da Organização Mundial de Saúde (OMS), 800 mil suicídios são registrados anualmente no mundo, sendo um a cada 40 segundos. Esta é segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, atrás apenas dos acidentes de trânsito.
O Brasil ocupa o oitavo lugar no triste ranking dos países onde há mais mortes por suicídio, contabilizando mais de 12 mil casos por ano.
De acordo com a Associação Brasileira de Psiquiatria, cerca de 96,8% dos casos de suicídio estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a Depressão, seguida do Transtorno Bipolar e abuso de substâncias. Estima-se que, de 50 a 60% das pessoas que morreram por suicídio nunca se consultaram com um profissional de Saúde Mental.
Frente a essas alarmantes estatísticas, falar sobre suicídio ainda é um estigma para muitas pessoas. Kátia Ferrari, Psicóloga e Especialista da Mental Clean, explica que a dificuldade em tratar ou abordar o tema está relacionada a uma série de fatores, como mitos e preconceitos que permeiam crenças associadas ao conceito de Saúde Mental.
Algumas crenças comuns sobre o suicídio contribuem para a propagação de preconceitos, levando a não se dar a devida importância ao tema:
- Ele só quer chamar a atenção
- Cão que ladra não morde
- Quem fala não faz
- Nem todos os suicídios podem ser evitados
- Uma vez suicida, sempre suicida
- Suicídios ocorrem sem aviso
- Quem quer se matar, se mata
“Os transtornos mentais, suas causas e consequências ainda são tratadas como tabu em nossa sociedade. Isto se dá, muitas vezes pela desinformação, por padrões e respostas culturais conscientes e inconscientes e pela própria dificuldade relacionada à validação do adoecimento emocional. É como se não tivéssemos o direito ou mesmo motivos plausíveis para adoecer e sofrer”, diz Kátia Ferrari.
Segundo a psicóloga, a possibilidade de adoecimento mental – inerente a todos – ainda causa incômodo. “Assim, estabelecer uma distância ‘segura’ do tema, contribui para fortalecer o preconceito e a discriminação”, enfatiza a especialista.
Fique atento aos sinais
Ainda segundo a OMS, 9 em cada 10 casos de suicídio poderiam ser evitados. Muitas vezes, a pessoa que tira sua própria vida está ao nosso lado, por isso, é necessário estarmos atentos aos sinais de mudanças comportamentais repentinas de amigos e familiares.
“É importante observar as questões relacionadas ao estilo de vida, aos cuidados com a alimentação, alterações no sono, frequência na prática de atividade física e uso de substâncias psicoativas”, sugere a psicóloga da Mental Clean.
Além disso, é preciso redobrar a atenção aos acontecimentos e adversidades que estão ocorrendo circunstancialmente na vida das pessoas como: perdas pessoais ou profissionais; dificuldades nos relacionamentos, aceitação de orientação sexual, separações conjugais, desarranjo familiar ou contexto social.
Expressões verbais que também podem ser indicativos de um pensamento suicida:
- Eu preferia estar morto.
- Eu não posso fazer nada.
- Eu não aguento mais.
- Eu sou um perdedor e um peso para os outros.
- Os outros vão ser mais felizes sem mim.
- Não vale a pena viver.
- Eu deveria morrer.
- Eu me imagino morto.
- Vou me matar, não sei como, mas vou me matar.
“Podemos sensibilizar alguém a buscar um profissional de Saúde Mental orientando e esclarecendo o que é um transtorno mental, que o sofrimento e a angústia que está sentindo podem ser minimizados com um tratamento adequado e que existem formas de lidar melhor com todas essas questões, validando e acolhendo seus sentimentos”, pontua Kátia Ferrari.
O papel das empresas na prevenção ao suicídio
Nesse contexto, as organizações em geral têm um papel importante e podem contribuir para a abordagem do tema, fazendo intervenções protetivas, atuando de forma preventiva na saúde emocional de seus colaboradores.
“A empresa é um organismo vivo e dinâmico, formado por pessoas e, como tal, pode também reproduzir padrões, crenças e preconceitos instituídos em nossa sociedade”, explica Kátia.
Exemplos de ações preventivas:
- Fortalecer uma cultura que se importa com o cuidado emocional dos colaboradores;
- Disseminar políticas de inclusão e diversidade;
- Desenvolver skills (habilidades) relacionadas à inteligência emocional, especialmente de suas lideranças;
- Disponibilizar suporte e apoio à saúde emocional dos colaboradores;
- Propiciar um ambiente de trabalho agradável e preocupado com a equalização de alta performance e qualidade de vida dos colaboradores;
- Promover ações de conscientização e ampliação de conhecimentos sobre os temas de saúde emocional;
- Possibilitar a participação e envolvimento dos colaboradores nas decisões;
- Abrir espaços de discussão e escuta;
- Aprimorar os processos de comunicação.
A Mental Clean participa da Campanha Setembro Amarelo
A Mental Clean promove diversas ações relacionadas ao Setembro Amarelo e que também abordam a importância do cuidado com a Saúde Emocional. São elas:
- Palestras em SIPATs,
- Rodas de conversa com colaboradores, equipes de Saúde Ocupacional, times de Recursos Humanos
- Treinamentos de lideranças
“Estamos à disposição para oferecer a solução personalizada para as empresas e suas equipes, para que alcancem os melhores resultados. E sabemos que o melhor retorno sempre será uma vida com mais harmonia e Saúde Mental”, conclui a especialista da Mental Clean.
Falar sobre o assunto é um ato de amor e sempre a melhor solução!