Muito prazer, eu sou sua família!

O distanciamento social foi o método mais seguro e eficaz que o mundo encontrou para combater o coronavírus. A palavra de ordem é solidariedade! Ficar recluso em casa pode ser a única maneira de salvar vidas, mas também uma grande oportunidade de refletir sobre as relações familiares e aprender com o isolamento. Aproveite o momento para enxergar a forma como você se relaciona com sua família.

Relacionar-se é diferente de “viver” com seus familiares, uma situação que pode se repetir automaticamente, dia após dia, sem levar em conta sentimentos e emoções. Quantas vezes você sentou-se à mesa de jantar e desfrutou de uma refeição com seus filhos, pais, companheiro ou companheira? Ou mesmo assistiram um filme no sofá da sala com pipoca e refrigerante?

Neste período de menos interação social, se não estivermos atentos, podemos perder diversas oportunidades de vivenciar instantes de conexão com nossos os nossos queridos. Seja pela falta de tempo, pelas demandas do home office ou pela certeza de que haverá um amanhã, deixamos para depois o que certamente reforçaria os vínculos afetivos e nos trariam mais equilíbrio emocional para atravessar esse momento de crise.

Acima de tudo, somos seres sociais e precisamos nos relacionar uns com os outros desde o nascimento. A família é a primeira instituição humana pela qual nos conectamos e nos socializamos.

Entendendo o momento de cada um

É preciso ser cuidadoso, porque, ao mesmo tempo não é tão fácil assim, conhecer o outro pode fortalecer afetos, mas também criar desafetos. Podemos conviver e nos relacionar por décadas e ainda assim cada um de nós sempre será um sujeito único, com experiências, pensamentos e sentimentos que serão muitas vezes incompreendidos por aqueles que convivem conosco. E para diminuir essa diferença é necessário se permitir conhecer o outro sem julgamentos.

Cada membro de uma família vai viver e interpretar esse momento de alguma forma, uns mais introspectivos, outros mais solidários, e alguns até um pouco mais abalados emocionalmente, e a família é o conjunto de pessoas com desejos e sentimentos diversos.

Ao convivermos por muito tempo com alguém, é natural esperarmos determinadas atitudes, não dando abertura para que a pessoa nos mostre uma nova perspectiva e, assim, nossa leitura do outro se torna viciada.

Por exemplo, quando o filho tira notas baixas, já supomos que ele está passando tempo demais no smartphone ou que anda muito preguiçoso; quando nosso parceiro ou parceira está distante, acreditamos que é por falta de amor e com isso vamos criando um muro que nos separa dentro da própria casa.

É tempo de se conectar

Infelizmente, é muito comum que as famílias estejam apenas “convivendo”, transitando entre o “bom dia” e o “boa noite”, sem demonstrações de delicadezas. Conectar-se significa estar disposto a oferecer afeto.

Mesmo coabitando diariamente, ao mesmo tempo em que estamos próximos, é possível que nos encontremos longe da realidade de nossos familiares. Agora que tudo mudou, estamos diante de um tempo que não imaginávamos ter em algum dia e isso, de repente, nos faz entrar em contato com essa carência.

Está difícil, mas vai passar! E até que passe, precisamos nos conectar com os nossos entes queridos. Talvez não tivéssemos despertado ainda para a importância dos afetos e das palavras de gentileza no ambiente familiar. Ah, como os abraços, os beijos e os apertos de mão ativam os elos de amor!

Para te ajudar, elaboramos algumas dicas para que você comece agora esta jornada de conexão verdadeira com os seus queridos:

  • Conecte-se consigo mesmo: Afinal, ninguém consegue dar o que não tem, não é mesmo? Se queremos nos conectar ao outro, precisamos de um tempo para entrarmos em contato com o nosso Eu. Qual foi a última vez que você dedicou um tempo só para você?
  • Questione seus pensamentos: Nem tudo é o que parece ser. Não seja fechado em si mesmo, questione suas ideias pré-concebidas sobre os outros antes de tomar qualquer atitude.
  • Não cobre, ofereça e encoraje: É muito mais fácil cobrarmos e criticarmos, porém, é mais efetivo incentivar, agradecer e elogiar. O reconhecimento e o apoio nos aproximam.
  • Reserve um tempo para seus familiares: Tão importante quanto qualquer outro compromisso é a família. No momento não dá para nos abraçarmos, mas marque uma conversa on-line com os familiares, use a tecnologia em seu favor.
  • Compartilhe suas vontades e o que sente: Quais são os maiores sonhos e medos das pessoas que amamos? Você tem compartilhado isso com eles? Você está disposto a ouvir o que o outro tem a dizer, mesmo que a resposta seja difícil ou diferente do que espera?

Tenha sempre em mente uma palavra: paciência, pois tudo vai passar! Enquanto isso, fortaleça seus vínculos, regue com amor seus relacionamentos para que as borboletas venham e coloquem mais cores no seu jardim interno.