Setembro Amarelo: “a vida é a melhor escolha”

Sabemos que a vida é muito complexa e cheia de possibilidades boas e desafiadoras.

Saber lidar com as adversidades, tristezas e frustrações é um dos caminhos para manter o equilíbrio emocional e seguir adiante, realizar os seus sonhos e desfrutar das suas conquistas.

Porém, algumas pessoas podem se sentir mais perdidas, viver uma tristeza imensa, que parece não passar, ao ponto de achar que a morte pode ser um alívio e única solução para acabar com todo esse sofrimento.

Quem pensa em tirar a própria vida, não busca a morte, mas um recurso que a retire desse sofrimento que não consegue enxergar o fim.

A Campanha Setembro Amarelo tem como objetivo conscientizar as pessoas sobre os meios de prevenção ao suicídio e incentivar a valorização da vida.

Se você já pensou em suicídio ou conhece alguém nessa situação, saiba que é possível encontrar apoio para superar essas dores emocionais e perceber que a vida pode ser muito melhor do que está sentindo nesse momento!

O sofrimento emocional das pessoas não deve ser ignorado em nenhuma hipótese. Se você conhece alguém nessas condições, procure oferecer escuta e apoio, sem julgamentos ou confrontos e muito menos se precipite em achar que essa pessoa só quer chamar a atenção.

Ao invés disso, procure ajudá-la ou indique que busque a orientação de profissionais de Psicologia e Psiquiatria.

É muito importante que a pessoa que sofre saiba que não está sozinha e que pode receber ajuda para sair dessa situação e até mesmo, se for necessário, a acompanhe até um serviço de saúde para que realize uma avaliação e acompanhamento especializados.

“Pessoas de todas as idades, inclusive crianças, podem fazer parte de um grupo de risco quando estão em sofrimento emocional extremo. A questão é que elas não conseguem pensar com clareza, pois ocorre o que chamamos de ‘distorção cognitiva’, como por exemplo: a crença de que o futuro é sombrio e que os problemas jamais irão se resolver. Isso leva a um estreitamento cognitivo que a faz pensar que só existe uma saída”, explica Fatima Macedo, psicóloga especialista em saúde mental do trabalhador e CEO da Mental Clean.

Como identificar os sinais?

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, em sua edição de julho de 2023, a cada dia morrem 44 brasileiros, sem contar os casos subnotificados, que não entraram nesse levantamento.

Os sinais podem ser dos mais sutis, aos mais explícitos, quando alguém pensa em suicídio.

A pessoa pode começar a se isolar, sem querer conversar, diminuir gradualmente os seus cuidados com a higiene e saúde, entre outras atitudes que remetam ao abandono de si.

Também pode ocorrer de a pessoa falar de forma cada vez mais frequente na possibilidade de morrer, sobre se sentir vazia, sem esperança ou sem saída para os problemas, mencionando fortes sentimentos de culpa e vergonha, sobre não ter um motivo para viver ou ainda que os outros estariam melhor sem ela.

Ao perceber que para alguém, tem se tornado cada vez mais difícil realizar as tarefas do dia a dia, que a vida parece sem sentido e o pensamento de morte está cada vez mais presente, é necessário buscar a ajuda de um Psicólogo ou Psiquiatra.

E para chegar a tomar essa atitude de procurar apoio, uma conversar franca com uma pessoa de confiança, pode ser o primeiro passo.

O sofrimento emocional pode ou não estar relacionado a um transtorno mental como: a Depressão, o Transtorno Bipolar, a Dependência Química ou o Estresse Pós-Traumático, mas também pode ocorrer sem uma causa específica aparente ou devido a uma perda importante (de uma pessoa querida, do emprego, de status social, etc.).

Como ajudar?

Não ignorar, nem minimizar o próprio sofrimento ou de alguém próximo é fundamental para aceitar ou oferecer ajuda.

O suicídio pode ser evitado e deve ser encarado como uma emergência médica. Se houver a tentativa, é preciso entrar em contato imediatamente para o SAMU (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), que deve ser acionado pelo telefone de emergência 192.

Além de conversar com alguém ou buscar uma ajuda especializada, a pessoa que passa por esse sofrimento também pode entrar em contato com o CVV (Centro de Valorização da Vida), que atende pelo 188, para receber apoio emocional.

Pedir ajuda é sinal de força, não de fraqueza! Cada pessoa é mais do que a sua dor e sempre há tempo para recomeçar!

Por Elaine Medeiros, jornalista e psicóloga