Violência contra a mulher: o que o RH precisa saber?
A violência contra a mulher é um fenômeno complexo com causas culturais, econômicas e sociais, aliado à pouca visibilidade e impunidade, faz com que a própria mulher, muitas vezes, acredite que é culpada pela violência sofrida.
Segundo a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher (Convenção de Belém do Pará, OEA, 1994), a violência contra a mulher é definida como: “qualquer ação ou conduta, baseada no gênero, que cause morte, dano físico, sexual ou psicológico à mulher, tanto no âmbito público como no privado.”
Tal situação é capaz de trazer prejuízos sociais e econômicos, gerando impacto inclusive no ambiente de trabalho.
As situações de abuso (físico ou psicológico) podem resultar em perda de produtividade e danos à saúde da trabalhadora. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU) a perda financeira chega a 1,5 trilhão de dólares – ou 2% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
Um levantamento realizado pela Universidade Federal do Ceará, mostrou que as vítimas perdem, em média, 18 dias de trabalho por ano apenas por consequência direta da violência. O prejuízo, em termos de massa salarial perdida, chega a quase um bilhão de reais.
Constatou também que as mulheres vítimas de violência possuíam menos capacidade de concentração, mais dificuldade para dormir, tomar decisões e sentiam-se frequentemente estressadas.
Essa pesquisa, realizada em parceria com o Instituto Maria da Penha, acompanhou cerca de 10 mil mulheres nas capitais nordestinas e mostra um aumento no absenteísmo, representando quase 7,9 milhões de horas perdidas de trabalho por ano.
Tipos de violência e seus impactos na mulher
Além de agressões físicas, outras atitudes também podem ser consideradas violência contra a mulher, como o abuso emocional através de insultos, menosprezo, humilhação constante, intimidação ou ameaça de tirar a guarda dos filhos.
O comportamento controlador, como isolar uma pessoa de sua família e amigos, monitorar seus movimentos e restringir o acesso a recursos financeiros, também são exemplos de abuso.
Cada vez mais mulheres sofrem diferentes tipos de violência dentro e fora de casa, essa é uma situação preocupante e que prejudica a sociedade como um todo.
A situação da violência doméstica afeta negativamente a confiança da mulher em si mesma e pode impedir que ela exerça seu trabalho de maneira plena.
A recorrência do estado de vulnerabilidade afeta diretamente o bem-estar e saúde emocional dessa mulher. Podendo haver um aumento do risco de suicídio e de doenças como Depressão, Ansiedade ou Fobias.
Dados de violência contra mulher
No último ano, o Datafolha e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública levantaram dados que refletem a situação das brasileiras. Cerca de 66% dos entrevistados alegam já ter presenciado uma mulher sendo agredida física ou verbalmente e para reforçar esta estatística, a pesquisa também mostrou que 4,4 milhões foram vítimas de agressão física, em 2016.
Mais da metade dos casos de violência é cometido pelo parceiro, que muitas vezes não é denunciado pela vítima devido ao medo de represália, receio de perder a custódia dos filhos ou por acreditar que o companheiro mudará seu comportamento.
Desta forma, faz-se necessário acompanhar, apoiar e empoderar a mulher para melhorar sua qualidade de vida e atuar como protagonista da sua história.
O papel da empresa
É comum que tanto o RH, quanto os gestores não saibam como agir nessas situações e o apoio adequado é fundamental na ajuda à trabalhadora.
Como a empresa pode oferecer apoio quando a violência ocorre fora do ambiente de trabalho?
Primeiramente, é importante começar a desconstruir a cultura do pensamento de que “Em briga de marido e mulher, não se mete a colher! ”, pois além de não fazer sentido do ponto de vista humano, pode gerar prejuízo econômico para a empresa.
Quando a empresa, gestores e líderes passam a se preocupar e olhar a colaboradora com cuidado – é importante verificar a possibilidade de sinais de abuso e violência – já se inicia um processo de mudança na empresa.
Começar um processo de sensibilização e treinamento das lideranças sobre o tema, afim de criar canais que permitam que as vítimas possam buscar apoio e auxílio na própria empresa sem críticas ou julgamentos, é um passo fundamental.
Muitas empresas estão criando campanhas de conscientização sobre a violência contra Mulher e tal mobilização já é uma conquista, mas é necessário ir além e fazer com que esse tema seja uma prioridade nas empresas.
Para auxiliar as corporações a lidarem com essas situações delicadas, a Mental Clean desenvolveu um Programa Especializado de Enfrentamento da Violência Doméstica, que oferece todo o suporte e acompanhamento para as colaboradoras. Através de um Canal de Denúncias, oferecemos acolhimento com escuta especializada, apoio, informação, orientação, encaminhamento para serviços de suporte e tratamentos específicos, acompanhamento da funcionária e, se necessário, de seus familiares.
Entre em contato conosco para saber como podemos ajudar sua empresa a lidar com o tema!